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10 em ponto: Dez perguntas certeiras a Helena Pereira

Que peça de vestuário nunca deveria ter sido inventada? 

Sem sombra de dúvida: Crocs! Tem sido uma peça referida várias vezes aqui no Dez em Ponto e eu confesso que partilho da mesma antipatia por este tipo de calçado. Imagino que sejam muito confortáveis e, para enfermeiras e outras profissões que tal, terão certamente o seu lugar e serão igualmente muito úteis. Mas acho as mesmo muito feias!

Uma mulher portuguesa que admires pelo estilo?

A fadista Gisela João. Parece ter uma maneira de ser superleve e autêntica. Tem uma simplicidade que se reflecte na roupa que usa. E, ao mesmo tempo, passa-me muita garra e força! Os looks que usa nos seus concertos são normalmente marcantes, simples, mas diferentes ou irreverentes. Tem claramente um je ne sais quoi que me agrada!

Quem são as mulheres que estão no teu top 3 de exemplos de vida?

Faço muitas vezes esta pergunta nas minhas entrevistas. E está provado que, invariavelmente, se pedirmos às pessoas para se absterem de nomearem as mulheres das suas famílias – as mães, avós, irmãs, tias, ou a outro nível, mas igualmente próximas, as professoras – chegar a uma resposta alternativa e a exemplos de mulheres que nos marcam, influenciam ou admiramos, é muito mais difícil e nem sempre automático. O que prova que temos, ainda, poucas mulheres em lugares de destaque e um caminho a percorrer.

No meu caso, não foi diferente. Tive alguma dificuldade, mas assim que reflecti um pouco, não me foi difícil chegar a estes nomes (embora também tenha, felizmente, no meu círculo mais chegado de mulheres, vários bons exemplos de pessoas que admiro imenso e me marcaram de várias formas). Mas cá vão elas:

A Oprah é uma referência incontornável e um exemplo à escala mundial. Como se não bastasse ser mulher, é negra, e lutou várias vezes com a imagem e o excesso de peso. Ainda assim, isso não a impediu de singrar e construir um verdadeiro império. Acho que ajudou, sem dúvida, a abrir muitas portas. E é a prova viva que os sonhos se podem tornar realidade e que tudo está ao nosso alcance. Foi com ela que percebi, pela primeira vez, que as mulheres também podem ser “poderosas”.

Nancy Lublin – a fundadora e mentora da Dress for Success. Tenho uma admiração profunda pela Nancy. Sinto uma daquelas “invejas boas” da capacidade empreendedora que tem. Já fundou três organizações, e da forma como, através delas, consegue mudar, melhorar e impactar a vida de tanta gente. Primeiro a vida de centenas de mulheres, através da Dress. Depois a vida de milhares de jovens com tendências suicidas, através da Crisis Text Line. E agora mais recentemente, a Loris.ai. que na era da tecnologia e da inteligência artificial, parte de uma ideia brilhante, que é usar software para ajudar as pessoas a serem melhores pessoas! Como? Ajudando as empresas a saberem comunicar de forma mais eficiente em situações mais difíceis, tais como despedimentos, queixas de clientes, situações de diversidade e inclusão, de comunicação de performance, etc. No fundo é uma plataforma de design para ajudar a “desenhar” algo tão básico, humano, mas complexo, como conversas. É genial! Simplesmente genial! Já referi a “inveja boa” e a admiração, certo?

Elisabete Jacinto – foi uma descoberta mais recente, e curiosamente, veio também através da Dress. Já a conhecia da televisão claro, mas ouvi-la contar a sua história a viva voz e perceber a forma como se habituou a contrariar o que esperavam dela – e que invariavelmente era que falhasse. Vê-la abraçar desafio atrás de desafio, primeiro as motas, depois os camiões. Vê-la a reinventar-se continuamente, a saber cair e levantar-se. Ver a forma como soube sempre enfrentar os seus medos e tudo o que conseguiu alcançar com isso, foi uma verdadeira lição de superação para mim e uma verdadeira inspiração. No fundo, relembrou-me a importância de acreditarmos em nós e lutarmos pelo que queremos.

A tua vida dava que tipo de filme?

Talvez uma comédia. Daquelas boas para se ver a um sábado à tarde. Leves, descomplicadas, e sem grandes ondas ou lições de moral. Onde no final acaba sempre tudo bem e nos deixa aquela boa sensação de conforto.

Qual o objecto que tens na carteira e que nunca usas?

Hum…acho que acabo por usar todos. Mas, e imagino que isto seja comum a muitas mulheres, ao longo da semana vou acumulando dentro da mala papéis e recibos suficientes para fazer um bloco de notas! É uma praga! E um desperdício de recursos, visto que aqueles papéis não vão servir para nada – a não ser para fazer lixo.

E quais são os essenciais para levar para uma ilha deserta?

Monte Falperras

As ilhas desertas não fazem bem o meu género. Prefiro refugiar-me no campo, junto a lagos ou barragens, mas no campo. E aí os essenciais são: máquina fotográfica, revistas (adoro revistas, de todos os géneros e feitios, mas revistas, e nas férias é quando as leio mais) e uma mesa com boa comida, bom vinho, e boa gente para partilhar.

Quais são as regras para o sucesso?

Para mim, apenas duas: trabalho e humildade.

Qual o melhor elogio que uma mulher pode receber?

Ter alguém dizer-lhe que é interessante. A Beleza, para além de efémera, por si só não chega. E com o tempo, é efectivamente o que menos importa. Se alguém nos acha interessante significa que gosta de estar connosco, conversar, saber a nossa opinião, no fundo, significa que nos valoriza! E esse é o melhor elogio que se pode receber!

Para uma mulher da comunicação, será que um gesto vale mais que mil palavras?

Quando andava na faculdade aprendi uma máxima da comunicação que me marcou. Essa máxima dizia o seguinte: é impossível não comunicar. E isto é incrivelmente verdade. Até mesmo quando optamos por não dizer nada ou não fazer nada, estamos a passar uma mensagem. Por isso, diria que os dois andam sempre de mão dada. Porque tal como a pontuação muda o significado de uma frase, as palavras, ou a ausência delas, fazem o mesmo com os gestos, reforçando-os ou anulando-os. Dito isto, há que dizer que tenho uma panca por palavras, por isso tendo a deixar-me seduzir e envolver muito por elas!

Se perguntarem à tua melhor amiga ‘Quem é a Helena’, o que é que ela vai dizer?

Hum…acho que vai dizer que sou serena, misteriosa, algo irónica/sarcástica, criativa e exigente.

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