À Conversa com Ana Rendall

Atrás dos looks da semana e das redes sociais da Dress for Success® Lisboa (DFS) está a Ana Rendall. Uma mulher de ideias fortes, com um sorriso discreto que guarda todo o carinho do mundo pelas causas que abraça e pelas pessoas que admira.

Hoje é dia de a conhecerem melhor, através duma entrevista sincera e com muito riso à mistura!

Ana, conta-nos um bocadinho do teu percurso e como chegaste à DFS Lisboa!

Bem, contar o meu percurso é algo longo, que uma pessoa já não vai para nova (risos!).

Basicamente, eu trabalhei como jornalista durante muito tempo, ainda que tivesse o gosto inato pela consultoria de imagem.

Eu sempre vesti pessoas: desde pequenina desenhava roupas para a minha mãe, que ela depois mandava fazer e no baile de gala da faculdade, quem desenhou os vestidos das minhas amigas fui eu. Sempre soube como queria que as peças ficassem mas não sabia como fazê-las. Nem sabia porque é que gostava que caíssem de determinada forma no corpo de cada pessoa.

Entretanto, cansei-me da imprensa regional porque fazia sempre a mesma coisa (jornalismo generalista, embora estivesse mais ligada aos assuntos da política e sociedade). É muito giro mas começa a ser repetitivo porque tu habituas-te: entras naquilo e é sempre muito idêntico. Aquela coisa do “Na passada quarta feira, dia 31….” e estás sempre nisto. 

Embora tivesse muita liberdade criativa, porque a minha editora era espetacular e deixava-me “brincar” um bocadinho, a verdade é que aquilo era sempre igual e eu não aguento estar muito tempo assim. Quando começo a não ter por onde pegar pela criatividade, começo a ficar cansada.

Decidi que já estava bom, e fui tirar consultoria de imagem. Nos entretantos, ainda escrevi um livro.

Queres-nos falar sobre esse livro?

Não…(risos)! Bom, é um livro que eu ainda nem sequer publiquei, estive seis meses parada a escrevê-lo. Já tinha pensado nele durante muito tempo, é um romance e eu fi-lo também para me candidatar a um concurso. 

Claro que, como eu penso em grande, candidatei-me a um dos concursos literários mais importantes do país e, portanto, não ganhei. E pronto, ficou na gaveta: um dia volto a pegar nele!

Atrás dos looks da semana e das redes sociais da Dress for Success® Lisboa (DFS) está a Ana Rendall. Uma mulher de ideias fortes, com um sorriso discreto que guarda todo o carinho do mundo pelas causas que abraça e pelas pessoas que admira.

Hoje é dia de a conhecerem melhor, através duma entrevista sincera e com muito riso à mistura!

Ana, conta-nos um bocadinho do teu percurso e como chegaste à DFS Lisboa!

Bem, contar o meu percurso é algo longo, que uma pessoa já não vai para nova (risos!).

Basicamente, eu trabalhei como jornalista durante muito tempo, ainda que tivesse o gosto inato pela consultoria de imagem.

Eu sempre vesti pessoas: desde pequenina desenhava roupas para a minha mãe, que ela depois mandava fazer e no baile de gala da faculdade, quem desenhou os vestidos das minhas amigas fui eu. Sempre soube como queria que as peças ficassem mas não sabia como fazê-las. Nem sabia porque é que gostava que caíssem de determinada forma no corpo de cada pessoa.

Entretanto, cansei-me da imprensa regional porque fazia sempre a mesma coisa (jornalismo generalista, embora estivesse mais ligada aos assuntos da política e sociedade). É muito giro mas começa a ser repetitivo porque tu habituas-te: entras naquilo e é sempre muito idêntico. Aquela coisa do “Na passada quarta feira, dia 31….” e estás sempre nisto. 

Embora tivesse muita liberdade criativa, porque a minha editora era espetacular e deixava-me “brincar” um bocadinho, a verdade é que aquilo era sempre igual e eu não aguento estar muito tempo assim. Quando começo a não ter por onde pegar pela criatividade, começo a ficar cansada.

Decidi que já estava bom, e fui tirar consultoria de imagem. Nos entretantos, ainda escrevi um livro.

Queres-nos falar sobre esse livro?

Não…(risos)! Bom, é um livro que eu ainda nem sequer publiquei, estive seis meses parada a escrevê-lo. Já tinha pensado nele durante muito tempo, é um romance e eu fi-lo também para me candidatar a um concurso. 

Claro que, como eu penso em grande, candidatei-me a um dos concursos literários mais importantes do país e, portanto, não ganhei. E pronto, ficou na gaveta: um dia volto a pegar nele!

Voltando ao teu percurso!

Depois vim tirar Consultoria de Imagem para Lisboa. Eu sou de Lisboa, o meu pai também e quando terminou o curso e se tornou Médico Veterinário decidiu que não queria ficar-se por cães e gatos, então fomos para a província onde eu tive a felicidade de crescer.

Ainda assim, eu estava aqui constantemente, portanto vir para cá foi só normal, não foi nada “wow, vim da aldeia para a grande cidade”.

Especializei-me em consultoria de imagem porque a ideia era sistematizar uma coisa que já era inata.

Às vezes gostamos de determinada cor mas não sabemos porquê, ou achamos determinada peça tão gira e ao experimentar concluímos que afinal não nos fica bem – não gostamos e não sabemos porquê. No curso sistematizei estes conhecimentos e comecei a perceber as razões para certas coisas não funcionarem em certos corpos ou peles. O curso serviu para isto e também para me dar alguma credibilidade para trabalhar na área, não é?

Comecei a trabalhar primeiro como assistente de uma conhecida consultora de imagem mas, lá está, quando comecei a fazer sempre a mesma coisa, fartei-me.

Decidi lançar-me sozinha e as coisas foram acontecendo. 

Entretanto, sempre quis fazer voluntariado – já tinha feito para a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Sempre quis fazer uma missão noutro país mas sempre me irritou o facto de ter de pagar para ir. Não faz sentido para mim dar três mil euros para estar dois meses num país longínquo a ajudar – não era esse o meu objectivo e então comecei a perceber que talvez pudesse fazer qualquer coisa perto de casa.

Fazia todo o sentido fazer voluntariado aqui – não é só em Africa que as pessoas passam fome – aqui também há pessoas com problemas. Pensei que podia usar a minha nova profissão para isso e de repente, houve um dia em que estava numa sala de espera e me lembrei da Dress. Foi isto.

Lembraste-te da Dress. Como é que conhecias a DFS?

Eu era viciada na Oprah! Passados uns tempos soube que havia cá em Portugal mas nunca me tinha lembrado de procurar nada. Naquele dia foi tipo um A-HA moment. Preenchi o formulário e pronto: o resto foi-se desenrolando.

O que é que te fez apaixonar pelo projecto (DFS)?

Foi muito rápido! Depois de preencher o formulário, a Filipa Gonçalves (vice-presidente da Dress for Success® Lisboa) chamou-me para uma reunião (tão rápido que eu até achei estranho). Eu vinha um bocadinho nervosa, “será que me vão aceitar?” (risos) e quando, no final, a Filipa disse “bem-vinda!” e eu comecei a chorar imediatamente.

Acreditava que não seria assim tão fácil porque não sou uma pessoa de quem se goste à primeira. Pensei “pronto, ainda por cima nesta área da consultoria de imagem, que é uma coisa que eu não levo como a maior parte das pessoas”… não sabia se estava à altura ou sequer se me integraria no padrão da maioria das consultoras, que são todas aspiracionais e influencers, e eu nunca fui muito assim… então vinha insegura.

Aos poucos fui-me sentindo em casa e percebi que fazia todo o sentido e que tinha super a ver comigo! E já cá estou há um ano e meio.

O que te inspira na hora de montar o nosso manequim?

Isso é uma graça porque nós temos dois manequins, eu chamo-lhes a Bimba e a Lola. Uma é mãe da outra: uma é sempre mais jovem, portanto. Depois, penso “bem, se a mãe fosse para o trabalho com o tempo que está hoje, o que é que seria possível?”. Tento incluir algum elemento que possa servir na descrição para quem a vai ler, que tenha alguma utilidade, por exemplo: como é que se faz um look monocromático, como podemos parecer mais magras ou o que é que podemos fazer para ter um aspecto polido e profissional quando não temos inspiração de manhã.

Então tento sempre, daquilo que fazemos aqui, criar algo útil para quem nos segue.

Sabemos que a imagem é importante. Qual o acessório que nunca deixa uma mulher ficar mal?

Os sapatos! Não é daquelas manias do estilo “as mulheres que gostam de carteiras e as mulheres que gostam de sapatos”. É mesmo porque uma mulher com uns sapatos com ar estragado e velho dificilmente terá um ar polido.

A carteira pode ser super banal, a t-shirt branca e ter apenas umas calças de ganga. Mas se a pessoa estiver com uns sapatos impecáveis, não há por onde pegar! Mesmo sem brincos, colares, nada – os sapatos são essenciais! Limpos!

Sabes muito sobre jornalismo e moda. O que falta comunicar na moda portuguesa?

Faltam imensas coisas. Na moda portuguesa falta abertura – é um meio muitíssimo fechado e hermético em que para entrar ou te esgadanhas imenso, ou és filha de alguém… ou foste colega de escola de alguém.

            É um meio tão hermético que acaba por também nunca crescer imenso. Faz-me um bocadinho de pena.

A moda em Portugal é uma coisa sem um propósito muito aberto à sociedade em geral. Por exemplo: nos outros países tens as semanas da moda como um evento a que toda a gente quer ir e participar. Por cá, para além da feira de vaidades das pessoas habituais, não passa dali e as pessoas não conhecem os nossos criadores por aí além, a não ser que se interessem mesmo pelo tema.

Por sua vez, quando há iniciativas que tentam transformar um bocadinho as coisas, nem sempre elas vingam porque nem os próprios meios de comunicação social se interessam suficientemente.

Para terminar, se pudesses dar apenas um conselho de estilo a todas as mulheres portuguesas, qual seria? 

Não é preciso preocuparem-se muito: é só roupa! O ideal é estarmos limpas e confortáveis. Uma pessoa limpa e confortável nunca vai estar péssima.

É simples, não é? (risos) É por aí!

Queres dizer mais alguma coisa “for the record”?

Ah…. que estou tímida por participar numa entrevista, mas que é giro.

“Disfarças muito bem!” – Comenta a nossa Filipa Gonçalves.

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