Longe de mim falar-vos de Carnaval em tempos difíceis e de grande preocupação para todos. O Carnaval passa para segundo, terceiro, quarto … plano e muito bem.
Mas aproveito-me (do Carnaval) para vos falar de sonhos, que, embora não existam condições para realizar, nos próximos tempos, não os podemos colocar de parte.
Não gosto do Carnaval, no entanto tenho um sonho relacionado com ele, parece estranho? Vou explicar.
Sabem quando não gostamos de determinado ingrediente (no geral) mas se for cozinhado de uma forma específica gostamos? A mim acontece por exemplo com os coentros, não gosto mesmo nada, só se for nas ameijoas.
É o mesmo, mas com o Carnaval: não gosto, não saio de casa para ver nem para participar, mas sou fascinada pelo Carnaval do Rio de Janeiro. Fascinada ao ponto de ser um sonho que quero realizar, desfilar no sambódromo no Rio de Janeiro.
Em 2018, em visita ao Rio, consegui assistir a um ensaio de uma escola de samba (era também um sonho). Aquele momento está, até hoje, como um dos momentos mais emocionantes e marcantes das minhas viagens.
A paixão, a garra, a determinação, o empenho, a união, a alegria, a beleza. Não tenho palavras para descrever o que senti. É como se existisse uma energia, de tal forma, que se entranha e te dá um tipo de empoderamento difícil de alcançar de outra forma.
A vibração daquele pavilhão deixou-me feliz e com vontade de «fazer parte», foi contagiante. Aquela imponência do sambódromo, indescritível, apaixonante… Por mais que tente explicar, sinto que fica aquém do que senti.
Falo-vos deste sonho, assim como podia falar de outros, num período muito desafiante para todos nós. Um período onde, todos os dias, temos de lidar com incertezas, inseguranças, preocupações, necessidades, e muitas vezes com doenças. Um período único nas nossas vidas que nos pode levar ao limite do cansaço, da ansiedade, da falta de esperança. Um período onde vamos ter de arranjar forças para continuar, para sorrir a quem nos rodeia, para sussurrar – «vai correr tudo bem».
Mais do que nunca precisamos de uma alavanca! Essa alavanca podem ser os nossos, os vossos sonhos! Sonhos que têm e de que não abrem mão. Não deixem de sonhar!
Por mais que a vida esteja a doer, os sonhos existem, podem ser concretizados, não nos próximos tempos, mas um dia … nesse dia que se sabe que chegará!
Não desistam de sonhar. Este ano seria o MEU ano de desfilar naquele sambódromo, aperaltada de plumas, o corpo queimado pelo sol, alegre, vibrante, a celebrar a VIDA. Este ano o Carnaval é outro, mas mais Carnavais virão!
O meu virá, e vai ser (ainda mais) VIVIDO! O vosso também! Protejam-se!
Sandra Oliveira
Economista / Coach