Já aqui tínhamos falado na importância de gerir a expectativa num processo de entrevista, mas a verdade é que a gestão da expectativa não termina após essa entrevista.
Por isso ok, teve a sua entrevista, correu aparentemente bem, ótimo! Pois continue a sua procura ativa, porque não sabe se é a escolhida e criar falsas esperanças apenas, porque o recrutador foi muito simpático consigo e no final disse-lhe que tinha gostado muito do seu curriculum e de a conhecer, não são garantias de que vai ficar. Lembre-se que existe uma pilha enorme de currículos para avaliar e certamente outras pessoas igualmente simpáticas e com bons currículos.
Até porque, os critérios que muitas vezes levam uma empresa a escolher um colaborador novo, ou a exclui-lo, podem não ter a ver com as competências que até existem, mas com fatores externos de não ser selecionada, que lhe vão trazer grande frustração e desânimo.
Gerir a expetativa, especialmente num processo de procura ativa acima de 6 meses é muito importante para o seu bem-estar mental, para a harmonia familiar e para o sucesso da continuação dessa procura.
Por isso, o que fazer para se abstrair deste tema? O que fazer para que não se torne o foco da sua vida?
Tentar manter uma rotina diária é muito importante
Por exemplo, acordar cedo levar os miúdos à escola, se for o caso, organizar a casa e algumas tarefas domésticas, para que isso não venha a ser um motivo de discussão desnecessário. À hora do almoço convide uma amiga, caso não tenha ninguém disponível vá almoçar fora. Não se isole. Se não der para ir almoçar fora, ligue a uma amiga e coloque a conversa em dia.
Alimente os seus hobbies
Guarde um tempinho para ler, ou pintar. Se for boa em trabalhos manuais utilize essa capacidade e crie algo bonito. Criar trás uma sensação de bem-estar e concretização pessoal. E quem sabe nestes pequenos hobbies descobre uma vocação escondida.
Se gosta de ajudar e ser útil, faça voluntariado
Ajudar o próximo e perceber que apesar de nos faltar trabalho existem outros que tem menos do que nós, faz-nos repensar na vida, nas atitudes, nos pensamentos negativos. Ajuda-nos acima de tudo a sermos mais agradecidas e a apreciar as pequenas coisas.
Ás vezes chegamos mesmo a perceber que afinal aquela situação (de desemprego ou outra) não é assim tão má. Talvez passar por esta fase seja preciso para repensarmos o nosso caminho, repensarmos o que valorizamos e não valorizamos na nossa vida.
Seja numa situação de desemprego, ou demasiado stress no trabalho ou ainda se já acorda de manhã e é uma tortura ir trabalhar, pare uns minutos por dia e foque-se no que tem de positivo na sua vida, e para o último caso faça mesmo uma mudança estratégica, para bem da sua saúde física e mental.
Ultrapassar tempos difíceis só é possível se for positiva, não perder o ânimo e se principalmente não perder a capacidade de sorrir!
Irene Bernardo, RH Consultant