Serei a única que sente que desde março do ano passado vivemos num daqueles filmes nada originais em que a personagem principal vive o mesmo dia vezes e vezes sem conta, onde não importa o que faz para o alterar o final acaba por ser sempre o mesmo?
E consegues dizer outra coisa que é cíclica? Isso mesmo, a moda, e é dela que vamos falar hoje. Durante esta época pandémica tenho andado a fazer pequenas análises do comportamentos de quem vejo nas redes sociais e há um em específico que me tem atormentado, o consumismo. Não é surpresa para ninguém que já eramos consumistas antes de tudo acontecer, mas a verdade é que hoje em dia não consigo estar 3 minutos numa rede social sem ser bombardeada pelo novo look de alguém, as roupas que sugere a terceiros comprar ou o pior deles todos, os vídeos de unboxing de roupa nova, ou como se costumam designar, os hauls.
São inúmeros os fatores pelos quais estes comportamentos me incomodam, mas a cereja no topo do bolo vai para a promoção de atitudes nada éticas e prejudiciais para o ambiente. Quem pensa que precisamos de viver numa casa de madeira para ser sustentável, desengane-se, o sustentável não precisa de ser de extremos, mas é extremamente urgente começarmos a ganhar outra mentalidade e a agir para resolver este problema. Eis algumas medidas que podem inspirar a tua mudança de atitude:
1º Menos quantidade e mais qualidade
O que é melhor, ter imensa roupa que apenas utilizamos metade e passado poucas utilizações fica desgastada e com borboto ou ter uma quantidade mais pequena pelo mesmo preço, mas que tem maior durabilidade?
São poucas as pessoas que realmente conseguem resistir ao que é novo numa sociedade habituada a um consumo desenfreado, mas nunca me farto de ressalvar a importância deste passo, é a base e o princípio da mudança.
2º Nem sempre o que está mais à mão é a melhor escolha
Quando pensamos num outfit na nossa cabeça que precisa de uma peça especifica é muito mais fácil chegar à barra de pesquisa e temos o resultado para a nossa procura numa questão de segundos. Ora o mesmo não acontece com roupas em segunda mão ou lojas/feiras locais, mas já pensaste na variedade de peças que consegues encontrar?
O processo de procura pode ser mais demorado e é possível não encontrares à primeira o que queres, mas tens não só a vantagem de preços mais baixos, mas também a autenticidade de cada peça escolhida, que contrariamente à fast fashion, dificilmente alguém vai ter igual.
Algumas lojas e eventos que podes visitar: A outra face da lua, Às de espadas, Mão esquerda, Mind the switch e o Mercado de salto alto da Dress.
3º Não te deixes enganar pelo greenwashing
O greenwashing é a estratégia de empresas e negócios que afirmam recorrer a uma melhoria de estratégia de produção para refletir condutas ambientalistas, quando na realidade continuam a optar por produções poluentes. Sê consciente, verifica sempre as etiquetas e os modos de produção das peças que compras.
Como vês não precisas de mudar de forma radical os teus hábitos para contribuíres para um mundo melhor, é só preciso adaptar. Lembra-te de que o importante é comprar com consciência e não pela tendência
Ana Carolina Freitas
Blogger de Moda
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