O caminho para a felicidade

A primeira ideia que lhe deixo é que este título é uma falácia!

Na verdade, não há um caminho para a felicidade. Não há dicas, nem truques, nem ferramentas infalíveis para lá chegar. Lamento dar-lhe esta notícia, mas não quero enganar ninguém. Bem pelo contrário.

Mas, será que a felicidade existe, apesar de não podermos caminhar para lá? Claro que sim. A questão é que não é preciso percorrer nenhum caminho.

Passamos demasiado tempo à procura de uma receita que nos ajude a ser pessoas realizadas e felizes, quando esta ideia apenas nos aumenta a ansiedade, pois enquanto perdemos tempo a pensar em algo que vamos conseguir se caminharmos para lá – portanto, uma ideia de futuro – estamos a deixar escapar o mais importante, que é o presente.

A nossa história é preenchida pelas nossas experiências, crenças, valores, derrotas e sucessos. É por tudo isto que somos quem somos e não outra pessoa. A questão é que todo este conjunto de saberes acumulados foi construído no passado e deixa-nos marcas que nos fazem ser quem somos no presente.

E é neste presente que nos cruzamos com a felicidade, não porque a procuramos, mas porque ao aceitar o que somos e o que vivemos, reconhecemos o nosso valor, os talentos que nos permitem traçar metas e as oportunidades de melhoria. A partir da aceitação, conseguimos vislumbrar a abundância que existe na nossa vida e ser felizes.

Já tinha pensado nisto? Em como, apesar das muitas dificuldades com a família, com as finanças, no trabalho, com alguns amigos, a sua vida tem sempre mais do que aquilo que parece?

Reconhecer o muito que temos e apreciá-lo, ajuda-nos a sentir mais realizados. Faça este exercício diariamente, tirando apenas 5 minutos:

» o que fiz bem hoje?
» o que poderia ter feito melhor e porquê?
» como posso superar-me amanhã?

Registe num diário as suas respostas e defina uma ou duas ideias simples e concretizáveis relativamente à última pergunta. Ao fim de uma semana, faça um balanço da sua vida nos últimos dias. Verá que, mais do que um acumular de bens materiais, poderá rodear-se de pessoas que lhe querem bem; talvez viva num local cheio de espaços verdes que ainda não tinha explorado como deve ser; ou sem tempo para saborear o calor do sol sobre a sua pele.

É possível que agora me entenda melhor se lhe disser que a felicidade não se procura. É uma questão do Ser. Ou somos felizes, ou não somos. Ela está em nós e faz parte de nós. Por vezes pode manifestar-se menos, se nos deixarmos afundar pelos fracassos, ou pelo stress. Mas é preciso parar, reencontrar a nossa paz e deixar que a felicidade volte a tomar conta de nós.

Não procure a felicidade. Seja muito feliz!

Filomena Gonçalves, blogger, Image Coach e voluntária da DFS Lisboa

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