Pessoas insuspeitas, advogados de nomeada em artigos de opinião («Qualquer um dos meus clientes sabe que…»), ex-Presidentes da República que escrevem as suas autobiografias («qualquer um dos meus assessores era de opinião que…») e tanta, tanta gente incorre no erro do «qualquer um» ou «qualquer uma».
Se eu digo que «qualquer» das minhas amigas gosta de praia, quer dizer que TODAS gostam. Entre as minhas amigas não há ninguém que desgoste de uma bela ida à praia.
Logo, é desnecessário acrescentar qualquer «uma», porque me refiro a TODAS.
Se à pergunta «Queres levar o casaco verde ou o preto?» Eu respondo «Qualquer» quero dizer que tanto me faz ir de verde ou preto. A resposta «Qualquer um» é redundante, porque só há duas opções, verde ou preto, e qualquer me serve.
O lema, como de costume, é «vamos simplificar!» e não acrescentemos o que não faz falta.
É tão fácil falar em bom português, nós é que por vezes gostamos de complicar.
Maria Teresa Mouzinho, Editora