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Que pais queremos ser?

«A tua visão tornar-se-á clara quando puderes olhar para o teu coração. Quem olha para fora sonha. Quem olha para dentro, desperta».

Carl Jung

Quando nos tornamos pais somos confrontados com um dos mais desafiantes, importantes e exigentes papéis na nossa vida. A forma como desempenhamos este papel tem uma grande influência no coração, na alma e na consciência das próximas gerações. Os vínculos que nos ligam aos nossos filhos determinarão muitas das suas competências e dos sentimentos mais profundos acerca de quem são e do mundo que os rodeia.

É importante refletir sobre que pais queremos ser, quais são as nossas intenções enquanto pais, que sementes queremos plantar. No fundo, é a intenção que guia a nossa parentalidade, o porque fazemos o que fazemos.

Estes são alguns exemplos de perguntas que nos ajudam a definir as nossas intenções enquanto pai/mãe que tenciona praticar uma parentalidade consciente:

  • Que valores gostaria de transmitir ao meu filho?
  • Como posso ajudar o meu filho a ser feliz?
  • Como gostaria que fosse a nossa relação?
  • Como gostaria que fosse o ambiente na nossa família?
  • Que qualidades, características e capacidades gostaria que o meu filho tivesse?
  • De que forma poderei influenciá-lo para que possa adquiri-las?

Questionarmos a nossa parentalidade, e perceber se estamos a agir de forma intencional ou condicionados pelo nosso próprio passado, é o primeiro passo para a prática de uma parentalidade consciente e abraçar a oportunidade única e mágica de nos inscrevermos neste curso de desenvolvimento pessoal que é a parentalidade. 

A nossa integridade, autenticidade, o igual valor e a responsabilidade pessoal desenvolvem-se mediante este trabalho interior. O nosso autoconhecimento e a nossa sabedoria crescem na medida em que trazemos a nossa presença e consciência para o aqui e agora, para o momento em que a experiência tem lugar. A nossa atenção, o respeito pela integridade (a nossa e a deles) e a curiosidade são essenciais neste processo de confiar na nossa capacidade de agir de acordo com a nossa intenção a cada momento.

Se assim o permitirmos, os filhos vêm convidar-nos a (re) conectar-nos à nossa essência e competências inatas e a transcender as limitações da nossa própria mente, levam-nos a contactar com o nosso passado emocional e vêm ajudar-nos a ter noção do quanto ainda nos falta crescer. Citando as palavras de Jon Kabat-Zinn:

«As crianças personificam o que de melhor há na vida. Vivem no momento presente. Fazem parte do seu extraordinário florescer. São pura potencialidade, simbolizando vitalidade, emergência, renovação e esperança. São puramente aquilo que são. E partilham essa natureza vital connosco e ativam-na em nós também, se escutarmos atentamente o seu chamamento.»

Para praticar parentalidade consciente não procuramos respostas fora da relação parental, nem estratégias e métodos para controlar o comportamento, confiamos que todas as respostas se encontram na relação e na dinâmica entre pais e filhos. Neste caminho, é importante que nós, enquanto pais, aceitemos os nossos filhos, tal como são com o direito de ser quem são, de expressarem aquilo que sentem sem precisarem da nossa aprovação. Para que cresçam com um forte sentido de valorização pessoal, que sintam que a pessoa que são, a sua essência única merece ser celebrada. Não procuremos a perfeição e abraçemos a autenticidade e vulnerabilidade de ser quem somos, e isso basta.

Quando temos a intenção de praticar uma parentalidade consciente, encaramos o comportamento como uma forma de a criança comunicar as suas necessidades emocionais. O nosso papel enquanto educadores é procurar perceber que necessidades são essas, em vez de nos focarmos no «como» corrigir o comportamento. Quando a necessidade está satisfeita (que é diferente de satisfazer desejos!) a questão do comportamento deixa de fazer sentido. Podemos então ajudá-la a comunicar e a satisfazer as suas necessidades, sendo bons exemplos daquilo que gostaríamos de observar neles e assumindo a nossa responsabilidade enquanto os seus guias, mentores, pais conscientes e presentes para educarmos crianças resilientes, saudáveis e felizes.

Cristina Batalha

Coach e Facilitadora de Parentalidade Consciente

www.cristinabatalha.com

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