Por razões que não consigo entender está hoje instituído o tratamento por Senhora!
Frequentemente, no café do lado, na repartição pública, no consultório médico, nas campanhas promocionais das empresas de comunicações sou abordada desta simpática maneira: «Senhora Maria Mouzinho»!
Por vezes, com sorte, surge a variante «Senhora Teresa».
Conseguem-se assim, se calhar para poupar palavras, dois fantásticos erros num só.
Em primeiro lugar, o meu nome, como o de tantas pessoas da minha geração, é Maria Teresa, como havia a Maria do Carmo, Maria Luísa, Maria da Graça, Maria Cristina. É verdade, sou entradota e nesses tempos éramos TODAS Maria qualquer coisa… É pois um erro assumir que o meu primeiro nome é Maria, não é. É Maria Teresa.
Mas o pior dos erros é abordar uma senhora que se não conhece, que é nossa cliente ou alguém que temos de atender, por Senhora Maria, Senhora Joana, Senhora seja o que for.
Às senhoras dirigimo-nos SEMPRE por «Senhora Dona», seguido do primeiro e último nome. E atenção! No caso das senhoras que têm Maria como primeiro nome verificar se não há um nome logo a seguir. Se não é um nome composto, como os que já referi.
Para os homens nunca se usa o primeiro nome, nunca! Por isso se estamos a atender num consultório que nos não passe pela cabeça chamar o Senhor Pedro ou o Senhor João. É sempre o apelido: Senhor Costa, Senhor Alves, sempre. Ou o primeiro nome e o apelido, Senhor Pedro Costa.
Não vale a pena tratar o mundo por Doutor ou Engenheiro. Nem todos o são e podemos estar na situação de não saber a profissão da pessoa que está diante de nós.
Mas…tratar as pessoas com correcção é fundamental.
Vamos lá dobrar a língua que não custa e deixarmo-nos da abominável moda da «senhora Maria»!
Maria Teresa Mouzinho, Editora