Temos sempre tendência para considerar as nossas crianças (filhos, netos, sobrinhos, afilhados, etc) como as mais encantadoras do mundo!
São as mais inteligentes, engraçadas, charmosas e divertidas crianças que alguma vez se viu e quem, no seu perfeito juízo, poderá deixar de ficar totalmente embevecido diante destes pequenos anjos?
Ainda bem que assim é; mas temos de ser cautelosos e que as nossas crianças e os seus múltiplos encantos não nos façam perder as mais básicas regras de cortesia e civilidade; não podem, nem devem ser desculpa para nos fazer esquecer que a nossa liberdade termina onde começa a liberdade do próximo.
Desde logo há inúmeras pessoas que não gostam de crianças, por mais estranho que nos possa parecer, e merecem também o nosso respeito.
Sair com as crianças ao supermercado, a um restaurante, a uma loja requer cuidado, trabalho e algumas regras básicas.
O parque infantil, o recreio da escola, o jardim são lugares onde as crianças podem extravasar toda a sua energia e alegria. Nos locais onde necessariamente estão outros adultos, com e sem crianças, siga as regras da boa educação.
- Ensine as suas crianças a não gritar nestes espaços; não é aceitável deixá-las fazer gincanas animadas entre as mesas do restaurante ou pelos corredores do supermercado; se por acaso for necessário distraí-los com o seu telemóvel ou i-pad ou com a consola de jogos certifique-se que o som destes aparelhos está num volume razoável, que não incomoda os outros.
- Atenção às birras. Elas acontecem e há crianças que as fazem a todo o momento; tenha calma, respire fundo e se necessário saia com a criança até que passe a tempestade. E por favor nunca desate aos gritos por cima da berraria do seu anjinho a pô-lo na ordem…
- Se tem um bebé de poucos meses e foi finalmente aquele romântico jantar com o seu marido, pelo qual ambos tanto ansiaram, pode acontecer que o seu bebé não pare de chorar; eu bem sei que é pouco romântico mas se necessário um dos pais deve retirar-se com o bebé e procurar que a hora do lobo passe com uma voltinha ao quarteirão.
- Por fim os transportes públicos! É bem comum o menino de 5 ou 6 anos tranquilamente alapardo no seu assento enquanto segue de pé o senhor de 90 anos e bengala. Em geral, há sempre uma mãe que riposta quando lhe chamam a atenção para a injustiça «o meu filho paga bilhete como todos, tem tanto direito a ir sentado como o senhor»! Aqui temos dois erros num só. Desde logo a falta de respeito pelos mais vulneráveis, que mais apoio devem ter, mas também a mensagem que se passa à criança «pagando meu rico menino tens o direito de espezinhar quem queiras» não é um bom princípio educativo…
Gozemos, pois, todo o encanto dos nossos ricos meninos mas sem nunca perder de vista a educação e o respeito pelo próximo.
Maria Teresa Mouzinho, Editora